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quarta-feira, 30 de setembro de 2009

O livro


Uma herança que chegou:
Uma mesa, um fogão e dois livros.
Os livros foram parar nas mãos de uma menina.
À noite enquanto todos dormiam,
Aquela menina lia, lia...
Encantada com as gravuras,
O livro de Nossa Senhora seus olhos percorriam,
Falava sobre três crianças e muitos milagres.
Mas uma noite descobriram,
E o livro foi arrancado de suas mãos,
Rasgado e jogado ao chão...
A menina que nada entendia, gritava:
-Não rasgue o meu livro não!
Mas de nada adiantou tamanha exclamação.
O livro atirado ao chão...
A herança que recebera, tomaram de suas mãos!
Aquilo lhe fez pensar...
Quando crescesse, jamais um livro iria rasgar!
Edileuza Vieira
27/04/2009

Pai


Que saudades do meu amado pai,
Lembro da sua voz, que dizia assim:
- Pequena menina, meu grande sonho,
É ver-te feliz, sempre risonha.

Meu pai querido ensinou-me a fazer
Capuchetas e a empinar pipas,
Fazia das minhas garatujas,
Grandes leituras e imaginava que eram livros que eu escrevia...

Gostava de escutar o pulo do gato no rádio
E amava as músicas do Roberto Carlos.
Tinha uma vitrola e muitos discos,
Adorava as valsas vienenses, mas trazia no coração o fado...

Às vezes pedia com carinho:
-Dança menina comigo...
Mas logo se arrependia,
Eu ficava mais cantarolando e dava-lhe tantos pisões... Que ele desistia...

Meu pai descendente de portugueses,
Não se esquecia de como sua família chegara aqui.
Sempre me contava muitas histórias,
Algumas eram tristes, outras me faziam rir...

Gostava de fazer tortas,
Eu acompanhava com olhos de gula...
Mas meu pai dizia:
-Nessa massa você não toca!

Ali eu ficava com os olhos de burca,
Admirada com tamanha prática,
Era uma guloseima só, mas meu pai não agüentava,
E sorrindo me pedia: ajude-me a abrir essa massa e assim eu fazia.

Ah! Que saudades! Às vezes quando eu estava tocando,
Ele me pedia: - Toca aquela valsa “Branca”...
E eu procurava me concentrar para poder deixar meu pai contente,
E quieto ele ficava e ao final de tudo falava: Que bela música, minha filha!

Mas um dia algo aconteceu...
Meu pai tão querido perdeu o brilho e a alegria que trazia em seus olhos,
Eu quis entender e questionar...
Porque a dor e a tristeza reinavam em seu olhar.

Hoje entendo bem, sei o que é isso...
Cuidamos do meu pai... Mas num desses momentos
Ele me abraçou e disse:
-Minha filha, nunca deixe ninguém dizer que você não é amada!

Eu senti nesse abraço que ele se despedia,
Dali em diante entregou-se ao vicio, maldito vicio,
E eu lutava para não deixar acontecer o que já previa,
Triste e com dor, meu pai não suportou e eu o perdia...

Chorei, chorei muito!
Mas fiz uma promessa a ele,
Por acreditar em mim, por amar-me tanto,
Sempre lutarei pelos meus sonhos!

Te Amo Pai! Saudades sem fim. Dili
Edileuza Vieira 09/08/2009

'Belle Fiore' a Quiririm...



Goiabinha,Torrone e Rapadura em Quiririm
Três amigas e irmãs,
Viajaram para conhecer,
Uma comunidade italiana,
Quiririm- Taubaté,
Ficaram surpresas,
Com tamanha festa,
Muitas danças, doces e brincadeiras,
Um povo querido e batalhador
Uma língua falada com valor,
As três: Goiabinha, Torrone e a terceira,
Caminhavam e conversavam,
Quando goiabinha disse:
Vou lhe arrumar um apelido!
Ah! Posso ser uma belle fiore?
As duas me olharam,
E ouvi bem assim:
Ah! Se eu sou Goiabinha e ela a Torrone,
Porque você tem que ser uma bela flor?
Ah! Você vai ser uma rapadura, isso sim!
Pronto o apelido já pegara e eu cai no ar das graças...
Era tanta gargalhada... E eu ali emburrada...
Não acreditava... Resmungava e implicava...
Mas... Fui me acostumando...
Pois a palavra falada já fora batizada.
E hoje se entende bem:
Rapadura é muito doce, mas não é mole não!
E o apelido juntou-se aos outros dois...
E ficaram gravados para sempre em meu coração!

Edileuza Vieira

Assim nasce um Poeta

Um Poeta nasce dos mais belos sentimentos,
Que guardados no coração,
Brotam sem pedir consentimentos
Nem limites ao tempo e a razão.

E com olhar mudo e inquieto,
Encontra-se no verde profundo,
Para depois perder-se,
E em lágrimas banhar-se nas águas do oceano.

Um Poeta nasce dos caminhos nas praias,
Nas areias ficam suas pegadas, marcas da solidão,
Nos olhos a saudade,
De algo levado pelas marés do coração...

Um Poeta nasce da dor, por algo inalcançável,
De uma lágrima pelas escolhas que fazem em si,
Que rola pela face fazendo tudo emudecer,
Mas procura sempre sobreviver.

Nasce um Poeta,
Através dos mistérios e do dedo de Deus,
Pois escrever poesia,
É preciso sensibilidade, dom, amor e magia.

Será então que está nascendo pelos caminhos,
A Poeta que com os pés no chão,
Vestidos simples e flores nas mãos,
Diversas cicatrizes no corpo, alma e coração,
Faz da sua dor, de sua vida,
Uma eterna e linda poesia?

Autora: Edileuza Vieira 17/07/09

A Primavera

A estação que vai chegar,
Diz que tudo irá mudar,
É só olhar os céus, e os campos vão ficar,
Cheio de flores com tanta vida,
Que transformarão as montanhas,
Em montanhas floridas e coloridas!
Eu sei, lá estarei...
E surpresa vou ficar,
Meus olhos irão se encantar,
Verei o campo e as colinas,
Não haverá folhas secas pela estrada,
Muito menos poeiras ao vento!
Sinto que estive adormecida,
Por tantos e tantos anos,
Agora acordo na Primavera,
Tudo que vejo me encanta e assusta,
Tantas revelações, que mundo diferente...
E nesse despertar, tenho medo...
De caminhar,tropeçar e cair!
Mas acredito em Deus,
Nos anjos e em milagres,
Assim como as flores nascem e a natureza refloresce,
Será eu neste meu caminhar,
Sei que vou encontrar uma estrada dolorida e florida,
Não serei uma alma triste,
Nem um anjo perdido,
Não serei sozinha,
Pois mesmo na contra mão,
Encontrei o meu destino e o meu caminho!
Amo a Primavera! Ela me faz feliz...

Edileuza Vieira 05/09/2009

Florescer


Tenho olhar triste e distante,
Contemplo as águas e o movimento do mar,
No horizonte uma águia a voar,
E por mim os dias passam,
E preciso acreditar nos meus sonhos...
E assim os meus escritos florescem,
E da minha janela os dias acontecem,
E não vivo por mim e começo a recordar...
Quando menina tinha um jardim,
Hoje, mulher...
Sou um jardim em construção,
Quanto mais simples esse jardim se formar,
Mais nobre e belo há de ficar!

Edileuza Vieira 06/08/2009

Lindo azul


Lindo azul, Lindo Planeta,
Seu nome Terra,
Tamanha grandeza,
Perfeitas riquezas,
Mas... Ele pede ajuda,
Aos poucos está morrendo,
E juntos todos os que moram lá,
E você não fica pensando?
Em como ajudar tão grande planeta a se salvar?
Apenas duas palavras: Consciência e reciclagem,
Palavras que fazem grandes diferenças,
Pois devemos preservar o que existe,
Pensar em nossas crianças que ainda estão por vir,
Por isso faça parte dessa grande imagem...
Carregue com você a mensagem:
Faça valer a reciclagem!
Edileuza Vieira
17/08/2009

Primeiro enigma

Se estás a brincar comigo,
Farei o teu gosto então,
Ao final de dez enigmas,
Entenderás o que se passa em meu coração.

Se és bom de fato,
Tente adivinhar de imediato,
É uma palavra com sete letras,
Ela causa dor no coração,
Qual será essa palavra então?

Edileuza Vieira
18/08/2009

Prendo-te

Uma tarde a beira da praia,
Sob aquele sol ameno e a brisa suave,
Eu caminhava...
Naquele momento os meus pensamentos,
Era pura maresia,
Estava embriagada pelo cheiro do mar,
Esqueci por um instante da minha tristeza,
Aquela flor vivia...
De repente vi algo brilhando,
Curvei-me e em minhas mãos,
Na minha pele o roçar de uma correntinha,
Meu Deus! É belo o que vejo!
Enche-me os olhos de desejo!
E é cheio de puro charme,
Entre as minhas mãos estava a correntinha,
Entre os meus lábios eu já o prendia...
Amar...
Quantos mistérios existem no mar?
E no coração de uma mulher ao amar?


Edileuza Vieira 14/08/2009

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Momentos de sonhos verDis...

'Ódio' e 'Águas da Tristeza'


'A Bela Rosa Branca', 'O Vitral', 'Alma de Flor'







'Primavera', 'Leveza', 'A Flor e o Beija-Flor'



Cafelândia

Cidade pequena,
O sino avisa ao povo a hora da missa,
Seja bom dia, boa tarde ou boa noite,
Todos se cumprimentam,
Para se falar puxa-se bem os erres,
Fala-se amor... Porta....
Bem sei que é inverno,
Mas engana bem nossos olhos,
Aqui mais parece primavera,
Por onde se olha muito verde e tantas flores,
Um alto falante na pequena praça,
Toca músicas sertanejas...
Que lembram o campo...
Mas anuncia a morte trazendo tristezas...
Nas ruas da cidadezinha passam-se carroças,
Verduras, leite, frutas tudo a sua porta...
E às vezes a Maria-fumaça vem com seu barulho,
Leva sua carga, achando muita graça,
E quando chega a tarde as pessoas,
Ficam nas calçadas ou varandas,
E ali a vida toda se vai...
Dedilhada em prosas arrastadas,
Eh! Vida calma! Ê! Vida tranqüila!
Ah! Como eu quero guardar em minha alma,
Todo esse sossego e simplicidade,
Dessa maravilhosa paisagem e linda cidade!

Edileuza Vieira 18/07/2009 C.

Um certo gato charmoso...












Esse gato lindo e charmoso,
Que vem aos poucos brincar em minhas mãos,
Pede carinho, quer o meu colo...
Eu o afago, canto-lhe canções,
Ah! Esse gato lindo e brincalhão,
Vem ronronar em meus ouvidos...
E assim eu acredito, quer chamar a minha atenção...
E lhe dou minhas palavras, ora quer brincar de pega-pega,
Ora quer brincar de esconde-esconde,
E já levou meu novelo de lã...
E eu o procuro, pelo seu nome eu o chamo...
E quando ele aparece, agarra-se em minhas pernas,
E eu fico desesperada passo-lhe um pito!
Mas... Ele me olha carinhosamente,
Tão fofinho pede carinho com muito amor,
E eu tento me desvencilhar dele...
Ah! Que gato charmoso, que gato manhoso!
Quer dormir comigo, corre à minha cama...
E eu o empurro com jeitinho:
-Gato peralta! Vá dormir no tapete!
Pois na minha cama e em minhas almofadas...
Não te quero não! Tenho medo que me mordas...
E me faça um arranhão!


Edileuza Vieira 15/06/2009

A Cura

Essa rosa hoje chora,
Mas é de alegria,
Para que acontecesse a cura,
Essa flor tão amada por Deus.

Pela sua sinceridade e boas ações,
Por esquecer-se de si e preocupar-se com os outros,
Por não pedir riquezas, mas sim vida,
De muitos amigos ouviu essas palavras...

Assim fizeram oração por ela,
Cada um na sua crença e fé,
Uns disseram que a flor estava nas mãos de Maria,
Outros que a Rainha do Mar a protegia,
E um espírito iluminado a guiava.

E foram tantas promessas,
orações, rezas e votos...
Que a Rosa está curada e grata!
Assim admirada e surpresa,
Essa flor segue o seu caminho,
Não imaginava que era querida por tão grande realeza!

Edileuza Vieira 26/07/2009

Pieguices...

Nestas palavras tão simples,
Escrevo todo o meu ser,
Sou antiquada, sou “piegas”,
Mas o que irei fazer?

Se escrevo com simplicidade,
Coloco um olhar apaixonado,
Mas se de repente escrevo difícil,
É somente para dizer,

Que afinal rascunho, penso e escrevo,
E no fim fico a observar,Se acho feio e indecoroso,
Mudo tudo no papel e fico a reclamar...

E sinto um dó e sinto uma falta,
Reviro as palavras e mexo no velho coração,
E volto a observar,
Qual será a reação?!

E assim vou me calando,
E assim vou escrevendo,
E ao final...

Percebo que é assim que os meus escritos refletem em você,
Transformadas pelas suas mãos...
Viram poesias e canções!

Edileuza Vieira 04/07/2009

domingo, 27 de setembro de 2009

Boas vindas!

Olá, leitor!
Neste blog você apreciará as belas poesias dessa moça com jeito de menina, força infinita assim como seu dom para usar as palavras.
Escrevo com orgulho que fiquei encarregada de 'florir' este espaço, mas na verdade o que dará as verdadeiras nuances por aqui será a escrita dessa poetisa, Edileuza Vieira.

Muitos sonhos e flores!!!

Da amiga & irmã,
Adriana Silva.