Acabou a água da moringa,
dos poços e cisternas...
Será assim que a vida se finda?
O sol está a pino...
É metade do dia no sertão,
longe se escuta uma voz,
que canta, recanta...
O homem cego pelas lágrimas,
olha a secura do chão...
Tenta em vão plantar,
trabalhar a terra com as mãos.
Canta, recanta num chiado
a dor de ver o seu gado exposto,
pele, osso, gado morto...
Acabou a água, as plantas,
as crianças choram de fome,
na panela não tem farinha nem feijão...
Acabou a água, findou-se a vida,
é mais uma noite que chega ao sertão.
Poetisa Menina